A música é, sem dúvida, uma das mais interessantes e criativas manifestações do espírito humano. Apesar das diferenças entre uma filarmônica e um show de rock, ambos tem a mesma base: a escala musical. Além da beleza das músicas que pode produzir, a seqüência dó, ré, mí, fá, sol, lá, sí, dó guarda dentro de si as relações matemáticas, associadas ao som correspondente a cada nota musical.
O som é produzido por objetos em vibração como, por exemplo as hastes de um diapasão, o diafragma de um alto-falante ou ainda uma corda esticada e depois dedilhada. Ela vibra e produz um som. Mas nem sempre o que nós ouvimos pode ser considerado um som, ele pode ser assim dividido:
- Som é o resultado de uma freqüência constante, ou seja, uma vibração regular.
- Ruído é o resultado de uma freqüência não constante, ou seja, irregular.
A percepção que nossos ouvidos têm desse som depende do número de vibrações por segundo. Para melhor demonstrar isso, tomaremos um violão! A nota é diferenciada pelo número de vibrações da corda. A esse número de vibrações damos o nome de freqüência ou tom. A escala musical correspondente, na realidade, a um conjunto de freqüências que identificam as diversas notas musicais. Concluindo, todo e qualquer barulho é uma nota, e sua classificação dependerá do número de vibrações.
Vamos considerar, como ponto de partida, a nota produzida por uma corda que vibre 256 vezes por segundo e chamá-la de dó. A experiência mostra que se cortarmos a corda ao meio ela passará a vibrar duas vezes mais depressa e a nota produzida também será um dó, porém com a freqüência de 512 vibrações por segundo, ou seja uma oitava mais alta. O intervalo entre dois dós consecutivos contém as outras notas musicais. A esse conjunto de notas de dó a dó chama-se escala musical. Assim, é fácil perceber que temos várias escalas musicais que se diferenciam por tons mais graves e agudos.
Sabe-se que o ouvido humano é sensível a sons emitidos com a freqüência entre 16 e 20.000 vibrações por segundo. A tabela abaixo mostra o número de freqüências de notas musicais audíveis nesse intervalo. É interessante notar que:
- Cada linha da tabela corresponde a uma escala musical. Observe que uma nota qualquer de uma escala repete-se oito notas adiante, por esse motivo uma nota de uma determinada escala é chamada oitava da mesma nota na escala anterior.
- Cada coluna da tabela contém um número de oitavas. Note que as freqüências das oitavas de uma determinada nota musical formam uma progressão geométrica de razão 2.
Dó
|
Ré
|
Mí
|
Fá
|
Sol
|
Lá
|
Sí
|
16
|
18
|
20
|
21,3
|
24
|
26,7
|
30
|
32
|
36
|
40
|
42,6
|
48
|
53,4
|
60
|
64
|
72
|
80
|
85,2
|
96
|
106,8
|
120
|
128
|
144
|
160
|
170,5
|
192
|
213,5
|
240
|
256
|
288
|
320
|
341
|
384
|
427
|
480
|
512
|
576
|
640
|
682
|
768
|
854
|
960
|
1.024
|
1.152
|
1.280
|
1.364
|
1.536
|
1.708
|
1.920
|
2.048
|
2.304
|
2.560
|
2.728
|
3.072
|
3.416
|
3.840
|
4.096
|
4.608
|
5.120
|
5.456
|
6.144
|
6.832
|
7.680
|
8.192
|
9.216
|
10.240
|
10.912
|
12.288
|
13.664
|
15.360
|
16.384
|
18.432
|
Qualidades do som
- Altura é a qualidade que nos permite classificar os sons em agudos(altos) e baixo(graves).
Graves com a freqüência menor, mais "grossa", como a voz masculina. Agudos com a freqüência maior, mais "fina", como a voz feminina.
- Intensidade é a qualidade que nos permite um som forte de outro mais fraco, ou que podemos chamar de "volume".
Forte de amplitude maior, como o ronco da motocicleta. Fraco de amplitude menor, como zumbido de um inseto.
- Timbre é a qualidade que nos permite distinguir os sons de mesma altura e de mesma intensidade, mas emitidos por fontes distintas.
Música = Arte científica de combinar os sons de modo agradável ao ouvido, obedecendo aos critérios do ritmo, melodia e harmonia.
Rítimo = São movimentos em tempos fracos e fortes com intervalos regulares. O rítimo faz a música andar.
Melodia = Sucessão rítmica, ascendente ou descendente de sons simples, a intervalos diferentes e que encerram certo sentido musical. A melodia faz a música ter vida.
Harmonia = São notas diferentes executadas juntas em conformidade ou em harmonia entre si formando uma cossonância lógica. Sua função é dar vida a música.
Em síntese, a música é feita pela execução de acordes diferentes, mas que tenham coerência entre elas.
Os Acordes
Antes de tudo, quero deixar uma coisa bem definida: Nota é diferente de Acorde pois:
Nota = É a menor divisão de um acorde, ou seja qualquer barulho é uma nota.
As notas, por sua vez, estão contidas dentro de uma série de oito notas musicais mais conhecida como "escala cromática" com intervalos de tom e semitons entre uma nota e outra, começando e terminando com a mesma nota, Ex.: Dó, Ré, Mí, Fá, Sol, Lá, Sí,Dó.
As notas, por sua vez, estão contidas dentro de uma série de oito notas musicais mais conhecida como "escala cromática" com intervalos de tom e semitons entre uma nota e outra, começando e terminando com a mesma nota, Ex.: Dó, Ré, Mí, Fá, Sol, Lá, Sí,Dó.
Acorde = É a união de várias notas, em harmonia, formando assim um único som.
Os acordes podem ser classificados em:
- Maiores = São as notas puras, sem nenhuma distorção ou mistura com outras notas, ex.: C, D, E, F, G...
- Menores = É a união de três tons e um semitom.
- Sustenido = Faz com que a nota seja enviada seja elevada meio tom. C#m, G#, F#m, etc...
- Bemol = Faz com que a nota seja abaixada meio tom, ex.: Bb, Ab, etc...
- Dissonantes = É uma nota que causa uma dissonância e produz uma distorção e não condiz com o real absoluto, deixando o iniciante confuso e ao iniciante fascinado! ex.: A4, B5+, etc...
- Consonantes = São notas que se misturam à outras, ex.: C/G, G/F, etc....
- Tom = É a distância entre dois tons, ex.: C-D,F-G, etc...
- Semitom = É a menor distância entre dois tons, ex.:C-C#, D-D#, etc...
Para que todo o mundo falasse a mesma linguagem na música, foi desenvolvido um sistema, que consiste em representar as notas e os acordes pelas letras do nosso alfabeto, em qualquer parte do mundo a representação será a mesma. O gráfico mostra o acorde(acima) e a nomenclatura(abaixo).
Dó
|
Ré
|
Mí
|
Fá
|
Sol
|
Lá
|
Sí
|
C
|
D
|
E
|
F
|
G
|
A
|
B
|
Formação de acordes
Os acordes são formadas pela parte melódica e pelo baixo.
- Melodia parte do acorde formada pela união de graus como veremos a seguir.
- Baixo parte do acorde cuja função é de dar "peso" na música.
Notas
|
C
|
D
|
E
|
F
|
G
|
A
|
B
|
Graus
|
1ª
|
2ª
|
3ª
|
4ª
|
5ª
|
6ª
|
7ª
|
Sendo assim, montaremos o acorde de Dó como exemplo. Todo acorde é formado pelos 1a, 3a e 5a graus, ou seja, Dó é formado por C, E e G, e todas os outros acordes são formados da mesma maneira.
Portanto guarde estes números: 3 e 7. Estes números são da 3ª e da 7ª de todo e qualquer acorde. Terça maior para acordes maiores; terça menor para acordes menores, sétima maior para acordes maiores e sétima menor para acordes menores. Veja a seguinte progressão harmônica:
C7M
|
F7M
|
Em7
|
Am7
|
Dm7
|
G7
|
C7M
|
C-E-G-B
|
F-A-C-E
|
E-G-B-D
|
A-C-E-G
|
D-F-A-C
|
G-B-D-F
|
C-E-G-B
|
Observe nos três últimos compassos do exemplo acima: (Dm7,G7,C7M). A 3ª nota do acorde de Dm7 (F) torna-se a sétima do acorde de G7. A 3ª nota do acorde de G7 (B) torna-se a sétima do acorde de C7M. Daí a regra: Três vira sete e sete vira três, e assim por diante.
Dissonantes
Dissonantes são acordes com alteração de graus na sua formação, são elas que dão o brilho na música. Os acordes são formados através dos 1o, 3o e 5o graus da escala, e agora veremos que todos os graus presentes entre eles são considerados dissonantes.
Vamos a escala de C(dó).
Notas
|
C
|
D
|
E
|
F
|
G
|
A
|
B
|
Graus
|
1ª
|
2ª
|
3ª
|
4ª
|
5ª
|
6ª
|
7ª
|
Ou seja, o acorde de C é formado pelos graus 1o , 3o e 5o ou seja, C, E e G! Agora :C, E e G# formam a C5+ pois o 5o grau foi aumentado em meio tom. E para montar uma dissonância menor é só diminuir o grau! Assim:
1ª, 3ª e 5ª formam o C, mas se baixarmos a 5ª em meio tom será um C5-
Consonantes
Consonante é o acorde com alterações no seu baixo, ou seja, as dissonantes tem alterações nos graus de sua formação; já as consonantes no seu baixo. Basta apenas trocar o baixo original pela nota que se deseja. Assim: C= 1ª , 3ª e 5ª graus mais o baixo em C, se você deseja fazer um C/B é só fazer a melodia de C= 1ª , 3ª e 5ª graus e ao invés de fazer o baixo na nota C, fazer no B.
Relativos
Se observarmos atentamente notaremos que as mesmas notas que formam a escala de dó maior são as mesmas que formam a escala de lá menor, bem como as notas da escala de sol maior são as mesmas da escala de mi menor. Portanto, são tons relativos:
Dó maior e Lá menor
|
Dó# maior e Lá# menor
|
Réb maior e Sib menor
|
Ré maior e Si menor
|
Mib maior e Dó menor
|
Mi maior e Dó# menor
|
Fá maior e Ré menor
|
Fá# maior e Ré# menor
|
Solb maior e Mib menor
|
Sol maior e Mi menor
|
Láb maior e Fá menor
|
Lá maior e Fá# menor
|
Sib maior e Sol menor
|
Si maior e Sol# menor
|
Toda tonalidade maior tem como seu tom relativo uma tonalidade menor, e toda tonalidade menor tem com seu tom relativo uma tonalidade maior.
Fonte: Originalmente, este artigo estava publicado em http://acustico.adoracao.com.br/teoria/index.htm, porém infelizmente, este endereço não é mais válido
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