A Nova Jerusalém: a Cidade de Deus, de Cristo - Parte 04




A Descrição da Cidade de Jerusalém Ez 48,30-35.




    As portas da cidade teriam os nomes das tribos de Israel, em sinal de saudade e memória do passado (48,31). Três portas ficarão ao norte (Rúben, Judá e Levi). No lado leste também haveria três portas (José, Benjamim e Dã). No lado sul haveria três portas com os nomes de Simeão, Issacar e Zabulon. Do lado Oeste estariam as portas com os nomes das tribos de Gad, Aser e Neftali. O comprimento dos muros seria de um quadrilátero com quatro mil e quinhentos côvados.
    O nome da cidade dado pelo profeta seria “Yahweh Sham”, isto é, Javé está lá. No decreto de Ciro, o retorno dos exilados tinha uma razão fundamental: Javé não tinha ido para o exílio, mas tinha ficado na cidade e os que quisessem adorá-lo teriam que voltar para a cidade e reconstruí-la. “Assim fala Ciro, rei da Pérsia: Yahweh,, o Deus do céu, entregou-me todos os reinos da terra e me encarregou de construir-lhe um Templo em Jerusalém, na terra de Judá. Todo aquele que dentre vós, pertence a seu povo, Deus esteja com ele e suba a Jerusalém, na terra de Judá, e construa o templo de Yahweh, o Deus de Israel – o Deus que reside em Jerusalém” (Esdras 1,2-4).
    Se o Deus dos judeus ficou em Jerusalém, no exílio não havia como louvá-lo, bendizê-lo e adorá-lo. O salmo histórico dos exilados pode soar como uma realidade que move o coração e a razão para momentos tristes da vida: “À beira dos canais da Babilônia nos sentamos e choramos com saudades de Sião (Jerusalém); nos salgueiros que ali estavam penduramos nossas harpas. Lá, os que nos exilaram pediam canções; nossos raptores queriam alegria – „Cantai-nos um canto de Sião!‟ Como poderíamos cantar um canto de Yahweh numa terra estrangeira? Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que me seque a mão direita. Que me cole a língua ao paladar caso eu não me lembre de ti...” (Sl 137, 1-6).

    A visão da cidade de Jerusalém parte de uma imagem ou de informações que o profeta já conhecia. Os exilados tinham muita saudade de sua terra e sua cidade, e pior, sabiam que estava em ruínas. A cidade de Jerusalém está associada à terra, à pátria, ao lugar de morada confrontados com o desterro, o exílio e a consciência de culpa. Esperar pelo fim do exílio e sonhar com uma nova oportunidade de reconstruir os sonhos para si e para os seus não era uma visão, mas um sonho real, acalentado a cada noite mal dormida e a cada dia de trabalho escravo. A Jerusalém de Ezequiel 40-48 se aproxima da visão de Isaías 62.66.

Continua na parte 05

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